Raios partam este bicho que nunca
mais desaparece e leva todos à sua frente! Ontem, levou o olhar doce de um dos
maiores contadores de histórias. Luís Sepúlveda foi-se embora, mas deixou-nos
as suas fábulas mágicas. Assim, continuam
a acompanhar-nos nesta demorada jornada de isolamento o caracol que descobriu a importância
da lentidão, a gaivota desejosa de abrir as asas depois do gato a ter com muito carinho, ensinado a voar, assim como o velho que, à espera de melhores
dias, vai pacientemente lendo romances de amor e ainda o gato e o rato que por
força das circunstâncias se tornaram amigos. E como estes tantos outros ficarão
connosco para que possamos sempre relembrar aquele cujo sonho de criança era
ter acesso às estantes gigantes das bibliotecas recheadas de livros. Tive o
prazer de me sentar com ele uns minutos enquanto me deixava uma mensagem numa das suas obras e foi precisamente do poder do sonho na escrita que me falou
durante o pouco tempo que me foi possível estar na sua presença.
A minha homenagem sentida a um
contador de histórias, daqueles muito bons, que nos toca e nos conduz à reflexão
através da magia das fábulas.
Nota: É feita alusão neste texto a algumas das obras do autor, a saber:
Nota: É feita alusão neste texto a algumas das obras do autor, a saber:
História do caracol que descobriu
a importância da lentidão.
História de uma gaivota e do gato
que a ensinou a voar.
O Velho que lia romances de amor.
História de um gato e de um rato
que se tornaram amigos.
O Poder dos Sonhos.