17 março, 2020

Universus Infinitus


No ponto azul do Big Bang da Criação, enroscados num sofá, passo-te os dedos no pescoço e sei que gostas porque te encostas mais a mim. Relaxados e felizes, naquele momento o nosso amor é universal. 

Penso, estarão os físicos teóricos certos? Existirão universos paralelos infinitos, cheios de repetições e contradições? Pois se neste parti, então num outro fiquei e porque não, ele há tanto por saber. Mas acrescento em abstracto, se neles, universos, se moldam acções, porque não então emoções? Exemplifico:

Noutro sítio o Big Bang foi descoberta e no seu ponto azul somos adolescentes a quem passou o tempo do só dizer, e ao cruzar um páteo rebenta um primeiro beijo e damos as mãos. Nervosos e felizes, naquele momento o nosso amor é universal. 

Mais ao lado, noutro ponto azul explodido de um Big Bang sedutor, envolvidos nos nossos sucos cavalgamos as coxas em sincronia e os teus peitos eriçados pedem-me sempre mais fundo, mais fundo e talvez seja este o universo total pois juntos somos um só. Amantes doidos naquele momento o nosso amor é universal. 

Mesmo ao centro, num Big Bang que não terminou ainda, num ponto azul sempre em mudança, sorrimos porque o nosso filho nasceu e a ansiedade deu lugar à felicidade e o nosso amor abriu-se a uma vida a três. Naquele momento em que todas as cabeças se tocam e dois de nós choramos de felicidade e o terceiro porque existe, o nosso amor é universal. 

Tao difícil é o infinito que para quem nele pensa parece ter fim. 

E nos confins de uma nebulosa tão fria que faz duvidar do seu Big Bang, num ponto cinzento à sua sombra, sinto as tuas lágrimas a tombar na minha campa e naquele momento o teu amor condói o universo e morto, choro em sintonia.

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