30 dezembro, 2019

Ano Novo, vida nova OK

Olha o estouro, será que já estão a abrir o champanhe? Era falso alarme, ainda faltavam uns minutos para o final do ano.  O estouro foi um mistério logo esquecido. A sala parecia uma carga de índios, o andar fora alugado só para aquilo e era longe, nos Algarves. A festa começara na véspera da véspera e àquela hora já estavam todos avariados.  O Doc levara uma aparelhagem portátil e a música era pesada,  durante o dia rock e à noite electrónica e pimba a partir a cabeça nossa e dos vizinhos.

Faltavam poucos minutos para abraçar o Ano Novo. A meio da sala estava uma mesa larga cheia de doces, bolos e alguns croquetes que tinham sobrado e garrafas de bebida a meio ou vazias, até uma de água ainda por abrir. Os únicos copos limpos eram os cálices do champanhe, embora um já tivesse batom, vai-se lá saber porquê.

A Maria fazia montinhos de passas. Também era boa nos cocktails, fizera uns mojitos que tinham tudo, limão, açúcar, o indispensável hortelã e rum do amarelo que era o melhor. Só faltara a gasosa e aquilo felizmente caiu no molhado porque o pessoal tinha acabado a janta, mas deu um andamento do caraças para aguentar a noite.

O Ginjas dançava abraçado a uma garrafa de brandy e os outros saltavam e gritavam e empurravam-se, e iam à mesa petiscar e beber quase esquecidos do que estavam à espera.

Não havia televisão, cada um estava a contar o tempo pelos seus relógios. Tão bem o contaram que se festejou a passagem do ano três vezes, com duas contagens decrescentes, a segunda por teima de bêbados, porque parece que há sempre relógios mais certos que os outros e a terceira porque ao longe se ouviu uma grande algazarra. Os abraços, beijinhos e votos repetiam-se e depois foi o pessoal todo para a varanda bater com tachos e o que havia. De repente lembraram-se do champanhe e voltaram a correr.

O Quico agarrava a garrafa e a Maria distribuía as passas e os cálices. Vá lá abre essa cena, começaram a gritar. Com pressa rasgou a cobertura prateada, depois desapertou o arame  e muito lentamente, com os dois polegares foi empurrando a rolha para fora do gargalo para o champanhe não transbordar, mas a meio, quando sentiu a rolha a fugir, abanou aquilo e ouviu-se o estouro e o líquido jorrou alegremente. Aproximaram-se todos de cálice estendido e ao mesmo tempo ouviu-se uma explosão. O candeeiro do tecto, um candelabro de fancaria tristemente baleado pela rolha, caíra em cima da mesa e escavacara tudo. Safaram-se as bebidas que estavam numa ponta e uma travessa de arroz doce que estava na outra ponta.

O Quico riu-se e fez-se o brinde, viva o Ano Novo.

23 dezembro, 2019

Tesouro de Natal

As crianças procuravam o tesouro. Ele era maiorzito e ela mais novita. Todos os natais era o mesmo desassossego. Um deles lembrava-se, vamos ver dos presentes, e  remexiam toda a casa, até os cantos mais escuros que passavam despercebidos ou criavam medos o resto do ano. 
Demoravam-se num armário que havia no quarto dos pais, por cima do roupeiro da parede. Ele ia buscar um banco à cozinha e equilibrava-se e esticava-se e remexia, remexia e tentava ver bem lá no fundo, mas dizia não está aqui nada. Ela não acreditava e queria ver também. O irmão segurava-a, mas a miúda não chegava lá e zangava-se quando ele a puxava para baixo.
Abriam o roupeiro e viam debaixo da cama. Nada. Cada vez mais desconsolados, começavam a pensar que naquele ano não havia presentes, mas não desistiam e espiolhavam tudo, por cima dos móveis, por baixo das camas, abriam e fechavam gavetas e até arriscavam o frio da varanda para ir espreitar debaixo do tanque.  Acabavam por desistir, mas ela dizia não viste bem no armário, e ele, vi,vi, mas ia fazer uma segunda tentativa com ela à espreita. Nada.
Olhavam com desconfiança os pais, mas portavam-se muito bem e de vez em quando perguntavam à mãe, lembras-te dos presentes do acion man e da boneca e ela dizia já disse ao Menino Jesus e ele não se esquece, diz que traz, mas primeiro vai ver se vocês se portaram bem. E aí eles ficavam com medo pois nenhuma criança se porta sempre bem e eles bem o sabiam.
A pinheiro de Natal não tinha luzinhas, tinha umas fitas grinaldas brilhantes que pareciam uns cachecóis que se enrolavam nas ramagens. Pendurava-se também umas bolas às cores e completava-se o arranjo com um anjinho de braços abertos a meio e uma estrela em equilíbrio no topo. Era a Estrela de Natal.
Numa mesinha abria-se um presépio de figuras de barro. A Nossa Senhora tinha um manto azul e o José, barbas e um cajado. O Menino Jesus deitado numa cama de palhinhas tinha um pano à cintura. Eram protegidos por um telheiro onde cabiam ainda o burro e a vaca da tradição. Fazia-se um caminho entre o musgo para os Três Reis Magos, imponentes nos seus camelos, e uns pastores com um cão e um rebanho de ovelhas branquinhas ajoelhavam-se em adoração ao menino. O presépio era bem bonito, mas ao longo dos anos algumas figuras iam-se partindo. Os irmãos gostavam de brincar com as peças e de vez em quando perdia-se uma ovelha e um dia quebraram a cabeça e o cajado do José, mas o pai colou e ficou bem na mesma. 
Depois era a noite de Natal. Eles olhavam para o sítio das prendas que era junto do presépio e continuava vazio. Ao jantar era um alvoroço, não queriam comer e a pergunta repetia-se quando vem o Menino Jesus, e os pais bem tentavam acalmá-los e diziam que o Menino Jesus nunca se esquecia, mas tinha que se esperar pela manhã. Os petizes não se queriam deitar, nem adormecer e só o faziam quando os olhos já não podiam de sono. Acordavam cedo. Era Dia de Natal. O primeiro ia chamar o outro e corriam a acordar os pais e perguntavam numa algazarra, o Menino Jesus sempre veio, eu não ouvi nada, eu também não, vamos ver? A mãe e o pai depois de um beijinho diziam vão lá ver vá.
E depois de tanta dúvida e tanta inquietação lá estavam os embrulhos coloridos a rodear o presépio e eles, excitados e felizes, não se calavam até abrir tudo e começar a brincar com os brinquedos novos, naquele dia há tanto tempo desejado.

20 dezembro, 2019

Verde, código, verde

Boa tarde, precisa de sacos? Tem cartão da loja? Cupões de desconto?  Vai pagar com cartão? Já pode, verde, código, verde. Quer fatura com contribuinte? É o que está associado ao cartão? Não quer levar a nossa revista? Ou uma caixinha de bombons? Faz coleção das vinhetas para os copos? Já tem a caderneta  para os colar? Isto hoje está um inferno, ainda nem almocei e estou cá com uma dor de cabeça!
Boa tarde, sim, tenho cartão da loja, não tenho talões de desconto e vou pagar com cartão. A fatura é com o contribuinte que está associado ao cartão. Não, não quero a vossa revista, tenho muitas em casa e nem lhes toco. Bonbons também não quero, já estou servida, obrigada. Faço coleção das vinhetas sim, já estou a acabar a caderneta. De facto sim, está um inferno quero ver se não volto cá tão cedo. Eu também ainda não almocei, mas nem fome tenho. Se quiser um comprimido, tenho aqui.
Obrigada, vou aceitar.
Aqui está, fique com dois.
Muito obrigada, Feliz Natal e Boas Festas.
Igualmente para si e as melhoras!

Agora e sempre importa não descurarmos o contacto humano e a comunicação. Seja de que forma for!
 Boas festas!

11 dezembro, 2019

A preguiça



A preguiça… a mácula do não faz nenhum. Fica para amanhã ou depois. Agora não que ainda há muito tempo. Inércia é a palavra de ordem. Procrastinação… Ó delícia! Ó prazer! 

Nada disso! Há que ser sério porque o trabalho dignifica o Homem e quem quer comer, que transpire. E mais, quem não trabalha, torna-se apático e pode dar em maluco e isso é uma carga de trabalhos!! Trabalho! Trabalho! Trabalho! O antídoto para a preguiça. E isso já não é de hoje, essa ideia já vem da Grécia antiga. Vendo todos aqueles gregos gordos deitados de volta das mesas dos intermináveis banquetes, Esopo teve uma ideia (quase) genial ao escrever A cigarra e a formiga, como que a querer dizer “ Não mexam esses rabos gordos daí não, que depois choram a quererem ser uns Apolos” mas também “ Deixem-se estar aí a enfardar seus alarves, quando não houver mais nada que comer, toquem a lira e encham a barriga de doces melodias.” Mas adiantou alguma coisa? Nada! Sim, porque os gregos eram sábios, filósofos de primeira e sempre quiseram ser visionários e estar à frente (PRO) do amanhã (CRASTINUS). Por isso, quem somos nós para pôr em causa esta gente e querer transformar todos em laboriosas formigas?

Cigarra, continuar a cantar e a tocar a tua lira porque o trabalho mais duro do mundo é não fazer nada!

Imagem: A preguiça, Hieronymus Bosch

Início dos Tempos: Isso não, é pecado
Pecado mortal 1/7: O orgulho
Pecado mortal 2/7: A avareza
Pecado mortal 3/7: A inveja
Pecado mortal 4/7: A ira

09 dezembro, 2019

Compras de Natal. Corta e siga o filme


O Natal vinha aí acelerado, ou era véspera ou era um dia antes da véspera, para a história tanto faz. Tínhamos que comprar aquelas coisas que faltava comprar, no nosso caso tudo ou quase, só tínhamos uns ferrero em casa, mas eram do ano passado, já deviam estar escangalhados e estavam esquecidos dentro de uma almofada não sei porquê, e cheirava-me a chocolate todas as noites e eu pensava que era a minha anja da guarda e um dia enganei-me na almofada e acordei com uma dor de pescoço do caraças.

Bem, faltava-nos sabonetes, porque ir bem cheiroso para as festas de família era básico e então Natal caraças fogo, e chouriças e queijos e vinhaça, que já havia quem levasse pasteis de bacalhau, bolo rei e arroz doce, e eram as prendas, um carro e uma boneca para os filhos dos primos, uns putos ranhosos  e chatos que limpavam as mãos aos sofás e vinham para as minhas calças e segurava-os com a mão na testa e eles depois corriam pela casa a fazer de camião dos bombeiros. Aturava-os porque a mãe sorria e era uma alegria na festa, não vou dizer porquê, imaginem, é Natal, imaginem à vontade, que se lixe. Por mim tinha levado uns xanax aos putos, mas ainda não fabricavam. 

Havia ainda só um ou dois hipermercados e era um de Alfragide, acho que era Pão de Açucar que é um nome parvo, imaginem um pão de açúcar, mais valia chamar arrufada ou bola de berlim, mas assim se calhar tinham que pagar direitos de patentes e assim não, mas não deixa de ser uma porcaria de nome, por isso foi-se. Continente e Jumbo ainda lá vai, mas Pingo Doce é o máximo, faz-me lembrar doces de ovos e a mercearia do Sr. Manuel que nesta época só vendia bacalhau ás postas e Vinho do Porto martelado, mas do bom.

Toda a gente ia ali e era meio dia. Andámos uma hora para estacionar, ao sol. Imaginem sol no Natal, o Menino Jesus estava contra nós. Também só vi uma vez neve nesta terra e foi uns mijinhos que aquilo não era nada, uma lamazita, preferi ver uma vez um granizo, que aquilo sim, até dava para fazer gelados daqueles d'água, mas também andava tudo constipado e aquilo derreteu e ninguém aproveitou nada.

Não havia carrinhos à entrada, só gente e mais gente e estivemos à espera que alguém largasse um e depois foi tipo uma corrida, a parceira disse vai Arroz Doce, apanha. E fui e apanhei e depois fugi, porque veio um matulão atrás de mim que devia saber karaté, mas tropeçou nela e lixou-se e eu entretanto já tinha passado pelo meio da multidão enfurecida.

Atenção, aquilo ainda não era hiper ou essas porras das grandezas, era só super, isto era uma tristeza de terra banhada pelo sol e praia, quem me dera já o verão, e estava cheio de gente e de carrinhos, mas lá íamos andando com muita calma a empurrar o nosso. Virámos uma quina e entrámos no corredor central e pensámos vai-se andando, ela vai buscar as tretas e comida e eu a bebida e fica sempre um no carro, aquelas coisas de casais coordenados que parece que têm antenas como as abelhinhas e os zangões. O corredor estava apinhado e fomos e ao fim de dez metros parámos o carrinho e toda a gente parou. Tudo parado, tudo travado.

Bolas era um super-engarrafamento. Só vi um igual na última noite da Expo, que ninguém punha os pés no chão, o pessoal era uma mole humana que se mexia por inércia. Estas palavras aprendi nas legendas duns desenhos animados que passavam quando era puto, com um velho de barbas brancas, que explicava o mundo e não sei se aquilo era francês, mas que sabiam muita coisa sabiam, agora são os ingleses e os americas que sabem, só não sabem encontrar a saída para o buraco em que se meteram e vêm para aqui beber jolas e vinho tinto para esquecer.

Ninguém andava. Tudo parvo a controlar os outros ou a assobiar. Um maluco começou com com licença, com licença e ficou tudo a olhar para ele como se fosse maluco, então aquilo era carro encostado a carro e pessoas já dentro dos carros e uns abanavam uma bandeira de Portugal, como se estivessem perdidos no Oceano e nós ali à meia hora a olhar um para o outro e eu disse isto está uma merda não anda e ela disse vamos bazar vimos amanhã e eu disse que sim e deixámos o carrinho lá no meio e tinha no bolso uma campainha de bicicleta e lá conseguimos saltar por cima das caixas e sair e estava a chover. É claro que os putos levaram com os chocolates e agora já tão grandes, façam-se à vida.

Escrevi isto para que vos sirva de exemplo para não deixarem as coisas para a última, que eu aprendi com a idade e já combinei comprar as coisas no dia 22, que até dá jeito porque é domingo, e vou ao Colombo pela tardinha, com calma e faço as minhas compras. Quem vos avisa amigo é.

05 dezembro, 2019

Asas de amor

Pousa delicada na flor o seu beijo
Enche-se o jardim de cores e desejo

Esvoaça pura e inocente
Passa pela vida rapidamente

Efemeridade da natureza, renovação
Asas coloridas, voo de paixão

Flutua secretamente no ar
Leque de seda, pó fino de enfeitiçar

Pousa delicada o seu beijo na flor
Mensageira de morte… mensageira de amor.

03 dezembro, 2019

O tempo corre passo a passo

São quinze. Há uma rapariga que sabe tudo, há alguns que sabem muito, há outros que sabem mais ou menos que o suficiente e há um rapaz que não sabe nada. Esperam à porta pelo exame que começa às nove em ponto. 

A rapariga está aborrecida e impaciente, o tempo move-se lentamente, a porta da sala não abre e está cansada de rever os apontamentos. O rapaz olha o relógio minuto a minuto, para ele o tempo voa, preferia que a porta não se abrisse. Faz uma pergunta idiota à rapariga  e ela que o conhece bem, mais para passar o tempo do que para outra coisa, responde ao infeliz que não fixa nada da resposta. Afinal o tempo para saber já passou e se um o aproveitou para estudar o outro não o aproveitou, não interessa porquê.

É tão estranho este passar do tempo. Quando não se sente, parece que nada se fez, mas não é verdade, ficam os indícios. Por outro lado, quando se alonga no relógio, poucos indícios deixa .

Chega um a correr, afinal são dezasseis. É dos que sabe quase tudo. Se ali já estivesse, estaria impaciente com o vagar do tempo, mas perdera o autocarro. O seu tempo acelerara, mas o do autocarro mantivera-se estável entre os semáforos e o trânsito matinal e parou na paragem à hora que lhe era destinada. O jovem corre. Cheio de adrenalina e ansiedade, fica desiludido por a porta ainda estar fechada. Vicissitudes.

Entram dez minutos antes do exame. Secretária sim secretária não está um envelope com a prova. A professora diz calmamente, vão-se sentando nas mesas onde estão os envelopes... só os podem abrir quando disser... têm todos caneta? É uma professora simpática. Dentro do envelope têm duas folhas para rascunho... escrevam logo o vosso nome no cabeçalho para depois não se esquecerem. 

A rapariga senta-se na fila da frente. Pousa a caneta na mesa do seu lado direito e aguarda. Está concentrada, mas o tempo teima vagaroso, quer passar o saber à folha. No coração é diferente, tudo está acelerado, não acalma num dia destes.

O rapaz foge para a fila de trás. Para ele também o tempo não passa agora, quer livrar-se da angústia de não saber. Revira os bolsos até encontrar a caneta que começa a roer. Também o seu coração está oprimido.

A campainha toca e o relógio aponta nove horas. A professora diz podem começar e abrem-se os envelopes. Tira um livro de notas da mala. Sabe bem que tem que ter atenção à sala, por causa dos pedidos de apoio e dos eventuais copianços. Mas é experiente no multitasking que lhe permite duplicar ou triplicar o tempo, quando este se arrasta ou urge.

A rapariga passa os olhos pelo teste que são três folhas, a última só uma página. Lê e relê as perguntas porque sabe que é importante e confiante ataca a primeira, como se o tempo fosse uma constante. De vez em quando, este dá um pequeno salto em frente quando lhe surge alguma dúvida. Mas é só isso.

O rapaz vê uma tabela na 3ª página e começa por aí. As perguntas de sim ou não são rápidas e sabe que alguma há-se acertar, mas logo se apercebe que a ignorância é grande e a partir daí o tempo não tem dó, adianta-se a si próprio. Salta de pergunta em pergunta e pouco escreve e o que escreve é o que lhe passa pela cabeça. Pensa que lá pelo meio há-de acertar alguma coisa. De minuto a minuto olha o relógio da parede. Acaba o teste numa hora e nem o relê com medo do que fez. Fica angustiado à espera que passe o resto do tempo, que agora o castiga com lentidão.

A rapariga acorda do transe quando a professora anuncia que falta meia hora para o final. Esqueceu-se da sua regra número um, controlar o tempo. Preenche rapidamente a matriz, que deixara para o fim. Está consciente que poderá perder aí alguns pontos, mas é obrigatório reler o que escreveu e tem quinze minutos para o fazer. O tempo agora não estica, passa a correr e só revê metade das páginas.

O relógio na parede anuncia a campainha que toca e a professora recolhe os testes, bendizendo o fim daquela hora e meia quase perdida. Dois ou três deles não tinham escrito os cabeçalhos, há sempre quem viva num tempo à parte.

Ela sai insegura do que fez e vai confirmar com os colegas as respostas. Se ao menos tivesse tido mais tempo.

Ele sai seguro do que não fez. Se ao menos tivesse tido mais tempo... mas já entrou noutra escala, sai a correr, os amigos estão à espera para irem à praia .