Sempre
achei curioso o conceito de pecado. Do grego hamartáno, a expressão transformou-se
em peccátu com o latim e encerra o significado de erro. Em criança,
ouvia falar do pecado como uma coisa tão séria que parecia apenas reparável com
a pena de morte, a sua transgressão. Não bastasse apenas um, parecem que
existem sete. A mim, ensinaram-me que não se devem cometer pecados, mas se tal
acontecer, parece que se contarmos a quem de direito o que fizemos de mal,
somos absolvidos com o seu perdão e tudo se resolve, cumprimos uma micro ou
uma macro penitência e voltamos ao estado de pureza original. Sim, porque
existem diferentes tipos de pecado:o pecado original que nos mostra o quanto o Homem é um ser imperfeito, o pecado venial que apenas enfraquece o
nosso relacionamento com Deus e o pecado mortal que já é um assunto mais sério.
Felizmente,
mais tarde, percebi que para mim, um pecado não passava de um pequeno desvio
comportamental, principalmente no que diz respeito à transgressão dos chamados
pecados mortais. Assim sendo, convém antes de mais que se diferencie o pecado
de um crime: se o primeiro desilude uma divindade, o segundo é uma violação de
uma série de padrões estabelecidos pelo ser humano, mas se pensarmos que em alguns
estados teocráticos o primeiro é punido com a prisão, a tortura e até a pena de morte, esta
questão torna-se de facto complexa e mete medo. Apesar da sua complexidade e do
seu caráter subversivo, tenho curiosidade em explorar esta “coisa” que corrói a
alma, destrói as pessoas e enche o mundo de impurezas. Desta forma, proponho-me
abordar cada uma destas máculas (uma de cada vez que isto é muito peso!) ao
longo dos próximos tempos.
Desobediências...
Desobediências...
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