Ferdinand de Saussure
" Com mãos tudo se faz e se desfaz.”
Manuel Alegre
Na ausência de voz, o poder está nas mãos.
Desconhece-se o timbre, o ritmo, a entoação e a linguagem utilizada por aquele que vive no mundo silencioso. É urgente que se faça ouvir.
Às mãos cabe a responsabilidade de produzir linguagens, de dizer coisas.
Quando a voz silenciosa decide manter a quietude, as mãos permanecem imóveis. Há dias, no entanto, em que se mexem em movimentos desenfreados e urgentes pois a voz tem tanta coisa bonita para contar...
Sussurros e palavras doces pedem às pontas dos dedos movimentos delicados. Punhos fechados em gestos bruscos e pancadas fortes são sinais de gritos e de aflição.
As minhas mãos falam e tocam. Assim como as palavras têm o poder de desencadear emoções, as minhas mãos também sabem tocar assim. O movimento e o toque das minhas mãos são a extensão de mim.
Sou silêncio e sossego...sou barulho e desassossego.
Sou quietude ...sou tumulto... Repouso e alvoroço.
Sou segredo ...sou revelação. Mistério e transparência.
Um enigma... uma solução.
Uma introdução e um desenlace.
Uma porta fechada... uma janela aberta.
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