29 maio, 2019

"MÍDIA" CLASSE

"Prondé ku-gájandará. Déva-tár ku-jorge. Desgrassa-lha vidinha, põesse os dois nos copos e eu pá-ki a  lavár-lhas truces. Ai ka-fartinha kastou! E cô-mele chagou ontem! Nãssão exemplos pó miúdo, válhama Deus. Sim, kumiúdo tamem anda parvo, sará kugajo nã pracebe?"

"Tou káza-chegar. Vamú-zaver sá lugar. Desde ka-kabaram as férias kisto está uma merda, ku-pessoal todo aí. Tudo tem carros porra. Nã-consigo arranjar lugar, Dâsse! Ela dáva-tár lixada kumigo! Mas tamem ké-keide a fazer? Um gajo dá caibo do coiro a bulir e tamem tem kaproveitar um coche. Bem, ontem té o puto tav-ólhar pra-mim de lado..."

"O malandro nunca más-vem. Tou fartinha farta! A cena kele fez noutro dia pra nã-ír a casa da minha mãe. Como ss-éla lha devesse alguma coisinha. Sei bem ku ku-gajo karia érar-ir pró café baber umas sarvejas a ver a bola kúz-outros iguálizinhoz-aelen! Maz-eu praciso da companhia. O dia todo páki fechada, sozinha, tenho ka falar kalguém. A mãe é kama pracebe. Ela té gostava muita dele. Dáma graça agora ka-malembro disso. Tamem ele néra o bezanas ké-gora..."

"Chiça té-kenfim! Ela nã-vai acreditar ke nã-tive a baber. Também lóg-oje ke-caria-chagar cedo é ka-tínha ka-ficar empencado na merda da segunda circular. E dapoiz-esta treta da-não conseguir lugar. Só-lhar dela. E da mãe. A velha té kera fixe, maz-agora parece uma bruxa. Tã-cedo nã-volto a pôr lá os cotos! Tamem a filha éruma-baril e gora só-ssabe mandar. E mandar. É massa e maiz-uma e maiz-uma e massa. Um gajo tamem pracisa de descanso né. Nunca más tenho descanso..."

"Ólhin-dontem. O gajo só presta pa rassonar. Nã-pracébe kuma mulher tem as necessidades. E nã-ssou só eu ku-digo kas ravistas tamem . É bardade sim senhora! E a kuadrilhona do primeiro direito diz ké todazas noites. Kustá-crer Ku-lingrinhas do gajo dela. Mais uma razão pró meu katé é d-aço. Tamem tá sempre kus copos. Sáu menos fossum kadinho romântico, comá-kele, o Frota..."

"Kando abrir a porta começa lóga-mandar vir. Já sei komé-ké! É sempre a mesma coisa! O ké keide fazer, foi ela kama saiu na rifa. E té gosto dela."

"Té gosto dele. Kando nã-bebe é tã krido, como núz-anos que ma-deu um nigligéte  barmelho katé ficou tôood maluko depois deu a pôr. Olhó gája-meter a chave à porta. Olh-enfiou à primeira, né costume. Deixa-mas-tar aqui kétinha como se nã-desse por ele.

- Olá filha, correu-ta bem o dia?
- Assim assim e o teu, filho?
- Tamem! Ké o jantar?
- Pescadinhas ku-rrabo na boca!
- Tá bem, vou só pôr as chinelas, filha.
- Póssa-pôr no prato?
- Podes keu venho já. Donda-tá o miúdo?
- Tá no karto, chama-o.
- Tá bem... Anda jantar Rúbenê, olha katá dar bola.
- Vai ver pá sala katou o ver a navela, já talevo a comida.
- Tá bem, nã.demores katou cheio dafome!
- Cala-te mazé ka-quero ouvir a novela.

" Bem, ao menos parece kanão vem bêbado, olha kagiro, será kestes vã ficar juntos? Que bem kera, maz-ele nã-lha liga nanhuma!..."

"Bem, pelo menos parece kajá-ssaskeceu dontem, olha cagôlo. Não???? É penalty, esta merda é penalty."

2 comentários:

  1. Muito interessante. Adorei a escrita

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    1. Agradeço o seu comentário. O Ego gosta de incentivos para continuar!

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