Na sua leveza parecem carregar o
mundo inteiro.
Delicadas, levam dentro delas
arcos-íris efémeros que, no azul do céu, desaparecem numa explosão silenciosa.
Exalam serenidade e canções de
embalar.
Evocam o regresso aos bancos da
escola, as tardes mornas de primavera, as brincadeiras sem limites.
São o resgate dos joelhos
esfolados, dos berlindes e do jogo da macaca.
Cheiram a maresia, a relva acabada
de cortar e a bolacha maria com manteiga.
Trazem-me de volta a bicicleta
ferrugenta, os carrinhos de rolamentos, as corridas de pé descalço.
Ainda hoje, sem ninguém à
espreita, me sento no baloiço a soprá-las com a mesma tranquilidade. Fico
depois a olhá-las subir devagarinho empurradas pelo vento.
Ingénuas…
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