Tinha os lábios carnudos, os olhos negros, curvas por toda ela, bela como o pecado. Sim, lembro-me bem.
Encontrei-a em casa de um amigo que a tinha trazido da noite. Enlouqueci.
Fui mau amigo, dei-lhe a mão e ela saiu comigo e a partir desse dia fomos namorados.
Ela era chocante, vestia cores fortes e roupa agarrada às curvas onde eu me enrolava, enamorado da sua voz rouca, profunda e ousada
Um dia, puxou-me para o quarto ao lado e ao som da viola que atravessava a parede ali me perdi onde nunca me tinha perdido e onde a partir daí, sempre me quis perder. Minutos que foram crescendo para desejos a todas as horas.
Beijávamos-nos desvairados. Empurrávamos-nos às paredes e os dedos escorriam em sítios profanos. Depois, rolávamos em relvados escuros e todas as noites eram estrelas.
Uma vez, numa ardente tarde apinhada, amamos-nos sedentos de amor numa barraca de praia até rirmos sem sentido, enquanto lá fora se vendiam gelados e se faziam castelos no ar.
Depois dormimos na areia gelada e vivemos do nosso calor, amarrados como um nó.
Éramos loucos. Também um pelo outro.
Largámos-nos sem mais nem porquê, talvez num dia dos namorados de um ano qualquer.
Que prosa giràçó-romãntica!. Gosto! :D
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