07 fevereiro, 2019

Fogo, e o Absinto, caraças!!!

Estávamos na gruta. Passávamos ali o tempo quando não havia nada que fazer, a esfumaçar, às vezes a curtir com a bébé (lê-se um primeiro bé curto e um segundo bé, açucarado e longo q.b.), sei lá, essas coisas de chavalos, a falar de filmes e música e delas, não necessariamente por esta ordem, tinha dias. A gruta era um vazado, que tinha um sítio para sentar.

O puto aparecia. Não sabíamos nada dele, só que era doido, tipo morte lenta. Para nós era o Puto B… Tinha-se chegado um dia e tinha sido adoptado, não morava por ali, mas era um curtido, sempre a arranjar e a desenrascar cenas e confusões.

Foi ele que inventou o jogo da moeda, que era atirar uma moeda ao chão e depois ver quem a apanhava no meio dos empurrões e pontapés. Era um desafio.

Bem, nesse dia chegou e disse, c@r@lho, descobri onde há absinto (a auto censura é uma coisa triste, mas já disse que prometi ao idiota do Adriano Lisboa) !!! Absinto era uma palavra mágica, tinha uma aura. Em primeiro lugar era uma bebida proibida, o que já lhe aumentava mentalmente a graduação e dizia-se que provocava alucinações e além disso era proibida (acho que já disse).

Fomos e era mesmo ao fim da rua, OMFG como se fala agora.

Era um semi-snack-bar-restaurante, com um pequeno balcão, com aqueles bancos redondos de napa. As paredes eram forradas a veludo vermelho ou coisa que o valha. Tinha umas estrelas pindéricas à porta e umas mesas que deviam ser para cavalheiros a fumar charutos, mas eram para gajos gordos a arrotar e a fumar cigarrilhas. Com as amantes, sei lá eu.

O líquido era verde, assim para o grosso. O gajo do balcão misturava aquilo com sumo de laranja de pacote. Era bom. Naquele tempo as bebidas eram todas com sumo de laranja de pacote ou coca-cola, sai um rum cola, sai um vodka laranja. Era assim. E o absinto era com laranja.

Passámos por lá uns tempos até acabar com as garrafas de absinto e o gajo do balcão, armado em barman de cinco estrelas, dizer para irmos pairar para outra banda, que estava farto de nos aturar.

Não me perguntem se alucinei com aquilo. Saíamos dali e íamos beber submarinos (um dia explico) e continuar a esfumaçar e a curtir com as bebés, por isso a alucinação fazia parte do prazer da vida.

Mas bebi... e era proibido!

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